Hipólito, nascido provavelmente na segunda metade do séc. II, teria sido, conforme o testemunho de alguns Padres da Igreja, bispo, porém não é possível precisar o lugar de sua sede. Sabe-se que ele mesmo afirmou ser discípulo de Irineu e foi o último escritor a se utilizar, em Roma, da língua grega.
Escritor erudito, transmite seus conhecimentos sem recorrer ou citar as fontes. Na época em que a Igreja tornou a penitência mais branda para os pecadores, Hipólito desentende-se com a autoridade máxima da Igreja, isto é, o papa e acaba sendo eleito antipapa por um pequeno grupo de cristãos moralistas. É exilado pelo imperador na Sardenha e aí morre em 235, juntamente com o papa Ponciano (que também fora exilado), com quem se conciliou algum tempo antes, voltando, assim, ao seio da Igreja.
Muitos obras são atribuídas a Hipólito, mas a "Tradição Apostólica" foi uma das poucas que restaram e, talvez, a mais importante, já trata-se da constituição eclesiástica mais antiga que possuímos.
Entre os diversos destaques desta obra, assinalamos os seguintes: a existência de ministérios ordenados (bispos, presbíteros e diáconos) e não ordenados (viúvas, virgens, leitores, etc.); as profissões incompatíveis com o cristão; o catecumenato fixado em três anos; o batismo estendido também às crianças; a oração eucarística e os cuidados devidos ao pão e ao vinho, Corpo e Sangue do Senhor; e a eficácia da oração na vida do cristão (celebrada várias vezes ao dia), em especial o sinal da cruz.
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