sábado, 21 de julho de 2007

Teófilo de Antioquia

Fonte

Bispo de Antioquia. Eusébio, em sua Crônica, situa o nome de Teófilo junto ao do Papa Soter (169-77), e o de Maximinus, sucessor de Teófilo, junto ao nome de Eleutherus (177-93). Isso não significa que Maximinus tenha sucedido Teófilo em 177, mas apenas que Teófilo e Maximinus compuseram suas obras mais elevadas respectivamente nos tempos de Soter e Eleutherius. Lightfoot e Hort mostraram que Eusébio, sem ter dados cronológicos precisos sobre os bispos de Antioquia como os tinha dos bispos de Roma e Alexandria, situou os nomes dos bispos de Antioquia junto ao dos bispos romanos contemporâneos (Lightfoot, “St. Ignatius”, etc., II, 468 sq., e “St. Clement”, etc., I, 224 sqq.). Quando, portanto, encontramos no terceiro livro de Teófilo, “Ad Autolycum”, que o escritor estava vivo após a morte (180) de Marco Aurélio, disso não se segue, como supõem até mesmo autores como Harnack e Bardenhewer, que Eusébio tenha cometido um erro cronológico. O “Ad Autholycum”, o único escrito restante de Teófilo, é uma apologia do Cristianismo. Consiste de três livros, trabalhos efetivamente separados, escritos em diferentes épocas, e corresponde exatamente à descrição dada por Eusébio de “três trabalhos elementares” (Hist. eccl., IV, xxiv). O autor fala de si mesmo como um convertido do paganismo. Trata de assuntos como a idéia cristã de Deus, o relato da Escritura da origem do homem e do mundo comparado aos mitos pagãos. Em algumas ocasiões ele se refere (vinculado aos primeiros capítulos do Gênesis) a um trabalho histórico composto por ele próprio. Eusébio (op. cit.) fala das refutações a Marcião e Hermógenes, e de “livros catequéticos”. A estes São Jerônimo (De vir. illust., xxv) adiciona comentários aos Provérbios e aos Evangelhos. Ele fala dos comentários de Teófilo aos Evangelhos no prólogo de seus próprios comentários, e também de sua epístola “Ad Algasiam”, na qual aprendemos que Teófilo comentou sobre um Diatessaron ou Evangelho da Harmonia composto por ele próprio ("Teophilis... quattor Evangelistarum in unum opus compingens."). Uma longa citação da mesma epístola é tudo o que resta desse comentário, pois a tentativa de Zahn de identificá-lo com um comentário em Latim atribuído a alguns manuscritos de Teófilo não encontrou partidários.

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